quarta-feira, 31 de agosto de 2011

E agora, José?

Ainda tão jovens temos que escolher o que vamos querer ser para os próximos anos de nossas vidas, mesmo quando o tempo ainda está a nosso favor e há a possibilidade de refazermos nossas escolhas e redesenharmos nossos rumos, esta não é uma decisão fácil. Escolher algo que te dê prazer? Escolher uma profissão que te possibilite uma condição financeira estável? É possível juntar as duas coisas? Quantos questionamentos, não é mesmo? E talvez o mais desconcertante seja a possibilidade de que, mesmo que a escolha tenha sido pensada e repensada inúmeras vezes, eventualmente, vai surgir em nossa mente "E se...", mas aí os vestibulares já passaram, a adolescência ficou pra trás e é hora de assumir a idade, de adquirir independência, de começar a trilhar o caminho só com nossos pés. E então, aparecem as oportunidades em se tornar um trainee.

Ao contrário do que muita gente ainda pensa hoje em dia, trainee não é um estagiário, é mão de obra altamente cara para as empresas. Estima-se que, só no Brasil, as empresas invistam cerca de R$ 2 bi ao ano em programas de trainee.
Cada empresa tem suas próprias diretrizes para o desenvolvimento de um trainee, que, antes de mais nada, é um jovem recém graduado e com algumas características específicas, sendo que estas variam de acordo com o perfil da empresa.

Em todo programa de trainee, o jovem passa pelo chamado job rotation, ou seja, fica um ou dois anos conhecendo as diversas áreas da empresa para aprender fluxos e processos, conhecer profissionais dos mais diferentes níveis hierárquicos e adquirir as habilidades técnicas e comportamentais necessárias para a função que, futuramente, vai desempenhar ao término do programa. O jovem ainda participa de workshops e feiras a fim de complementar a imersão dentro do negócio em que a empresa está inserida e, dependendo do programa, tem a possibilidade de passar um tempo em outro estado do país ou até mesmo no exterior.

Como qualquer outro emprego, o programa de trainees também tem seus prós e contras. A possibilidade de ter um cargo executivo com pouca idade e os salários atrativos chamam a atenção, mas passar um ou dois anos apenas adquirindo conhecimento e desenvolvendo alguns projetos nas áreas da empresa também não é tarefa fácil, haja memória para tanta informação! Independente do que o futuro nos reserva e das escolhas que faremos a seguir, ser trainee nos dá uma visão ampla do funcionamento de uma empresa, de como é ou deveria ser a gestão de equipes e da importância dos relacionamentos nas questões profissionais, por isso, nos traz bagagem para ser usada em qualquer outra viagem que resolvamos fazer.

Uma dica para aqueles que querem se aventurar nos programas de trainees é se cadastrar no site da Cia. de Talentos, recrutadora de jovens para várias empresas do país. http://www.ciadetalentos.com.br/

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Irene, Irene... inúmeros Irenes.

43 pessoas morreram, até o momento, com o furacão Irene, nos Estados Unidos.
Como um ladrão insensível e desumano, um furacão chega de forma avassaladora e leva tudo e todos que encontra pela frente. As casas viram tijolos despedaçados; os carros, pedaços de metal espalhados por quilômetros de distância; das árvores, sobram apenas algumas folhas; dos sonhos e histórias, já não restam nem mais a memória. A fúria do Irene logo desperta o interesse da mídia e do mundo. Os Estados Unidos sofrem com a magnitude do desastre natural e com as crianças, jovens e adultos cujas vidas foram levadas embora, assim, de repente.
Vidas nunca deixam de ser vidas, mas deixam de ser vistas.

12 pessoas morrem por dia na cidade de São Paulo por causa da poluição;
30 pessoas morrem por dia no Brasil em acidentes de moto;
57 pessoas morrem por dia no Brasil por causa do álcool.
No fim das contas, um furacão é apenas um furacão e Irene é apenas mais um entre tantos outros que existem por aí, talvez com nomes menos atrativos e delicados, mas, muitas vezes, com uma força ainda maior do que a necessária para derrubar paredes, devastar regiões e confundir a sanidade.
                    
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Por que Irene, entre tantos outros nomes possíveis para se dar a um furacão?
Ficou curioso?
Acesse: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2005/09/23/ult34u136186.jhtm

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um detalhe a mais

Sempre questionei o poder da teledramaturgia em nossas vidas. Será que nos espelhamos naqueles personagens de caráter tão definidos e, às vezes, até exacerbados estampados nas telas cada vez mais finas que temos em nossas casas?
Apesar das inúmeras cenas de violência e de conteúdo adulto, os altos índices de audiência das novelas revelam que somos parte de um país onde o escapismo e o lazer são encontrados em frente à TV. Não importa se assistimos de vez em quando, se somos telespectadores assíduos, ainda que escondidos, fato é que podemos nos render aos luxos e desamores de algo quando estamos expostos a ele. E com esta jovem jornalista não foi diferente.
Para quem acompanhou a última novela das 21h da Rede Globo, Insensato Coração, deve soar familiar um personagem indignado com a impunidade pública, jornalista com vontade de fazer a diferença e dono de um blog que, aos poucos, ganhou corpo e relevância. Este era o personagem Kléber, protagonizado pelo ator Cássio Gabus Mendes. E aquele era o momento em que a falsa/verdadeira identidade inspirava a telespectadora, exceto, é claro, pelos traços altamente homofóbicos do personagem.
Não, não tenho a pretensão –ainda que sobre vontade- de usar este espaço para o jornalismo investigativo e de torná-lo uma ferramenta de grandes mudanças, mas, como diriam os poetas, o essencial e a diferença se fazem com os detalhes, nas nuances e entrelinhas, então, sejam bem vindos!